sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Felicidade é um termo relativo

Dilacerava-lhe o torso com um grande sorriso na face. Passava a faca gentilmente, em movimentos ritmados com a alegre música de fundo. Meu avental e minha blusa ficava cada vez mais manchado, e o violentado gritava de um modo que parecia se harmonizar com tudo. Dei meia volta e abri a caixa de ferramentas, procurando a antiga wakisashi. A puxei, desencapando. Me movimentava de acordo com a música, que já havia mudada pra uma lambada tradicional brasileira. Eu empalava no corpo do rasgado e dançava ao mesmo tempo. Levantei meu dedo indicador pra cima, por impulso, indicando que tinha uma ideia. O despedaçado já se engasgava com o sangue que inundava sua boca. Busquei um grande e pesado machado, que carregava com dificuldade. A vítima quando percebeu que eu iria a golpear, entrou em desespero, arregalando os olhos; porém já era tarde de mais. Rapidamente abaixei com força o antes levantado machado e separei o corpo em dois. Larguei o machado por lá e fui buscar minha donzela pra me juntar naquela dança.

Até que pra uma morta ela dançava bem.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Ana Helena - Ato Final

Mark tinha voltado tarde do colégio e havia uma briga muito séria entre ele e sua mãe:

- Ei garoto, quem pensa que é pra chegar tarde assim?

- Filho de uma vadia que eu sou obrigado a chamar de mãe.

*Mãe arremessa um prato de vidro em Mark

- Isso é pra você aprender a não desrespeitar sua mãe, moleque! E é melhor ir pro seu quarto e
estudar pelo resto do mês, pois não irá mais "mexer" no computador ou ao menos jogar futebol, como de costume!

- É oque pensas, vaca gorda.
Saiu de casa correndo, batendo a porta com violência. Não tinha lugar pra ir, nem ficar pra dormir... Só lhe restava uma coisa: a tal casa "abandonada"

Enfim, Mark estava convicto de que aquela dúvida que reinava em sua mente tinha de acabar, essa maldita dúvida que corrói o seu pensamento...

Qual era o nome, de onde vinha e o que era aquela garota?

Saiu de casa rapidamente, com coragem de sobra... Mark pensava que estava enfrentando o conhecido, e que não havia motivos pra ter medo ou receio. Enganado, jovem tolo. Em sua mente se passavam todos os acontecidos desses ultimos meses, que foram mais emocionantes do que qualquer outro tempo de tua vida. E era apenas o começo.

Chegou perto da casa. Olhou por alguns minutos a janela onde geralmente a garota ficava. Esperou por mais minutos... Só lhe restava mesmo é entrar na casa, sem mais nem menos. Abriu a cerca enferrujada, lentamente... o que causou um rangido seco, agudo. Andou lentamente pela parte da frente da casa, subindo as escadas da varanda feita de madeira velha.

Subiu e ficou frente-a-frente a porta da casa: Escura, rústica, antiga e enfestada de pequenas farpas. A maçaneta era quadriculada, velha... tão velha que quando Mark se preparou pra abrir, a maçaneta caiu no chão, excluindo qualquer modo de abrir a porta... regularmente.

Observou os arredores da porta e tentava achar qualquer jeito de abrir a porta... até que no desespero, foi arrombando a porta aos chutes, o que fez muito barulho até enfim fazer a porta cair no chão. A queda provocou uma onda de ar que fez com que muita poeira saisse da casa, criando um tipo de névoa.

Mark observava o interior da casa: não havia muitos móveis, os cômodos eram bastante espaçosos e tudo era muito, muito escuro. O vento cantava versos melancólicos que soavam muito alto dentro da casa, provocando eco. Toda arquitetura interna da casa era altamente detalhada e matematicamente feita.

Na mente dele, nada. Ele estava praticamente boquiaberto com tudo aquilo e como a casa era grande e extremamente assustadora. Seu objetivo agora era achar a garota. Adentrou cautelosamente a sala da casa, logo tomando uma leve brisa em seu rosto, fazendo o ter arrepios.
Ao longe avistou o que parecia ser a garota, cabisbaixa, sentada em uma cadeira de encosto.

Parecia triste.

A cada passo dado adentro da casa Mark ficava mais e mais assustado. O piso de madeira rangia quando ele colocava os pés sobre... lentamente ele ia se aproximando da menina. O cheiro da casa era uma mistura de poeira intensa com madeira estragada, realmente era desagradável.

Quando Mark finalmente chegou o mais perto possível da menina, ele ficou a observando que ainda estava cabisbaixa. A garota vestia um robe preto que parecia estar muito sujo; seu cabelo estava bagunçado e parecia não respirar. Era muito assustador. Ele estava ofegante, porém gostava daquele clima todo.

Esperando alguns minutos e a garota parecia não perceber a presença do garoto ali. Até que Mark tomou a liberdade e levantou a cabeça dela: Estava repleta de sangue e cicatrizes muito profundas; Os olhos estavam roxos e a face estava cercada de hematomas, assim como pescoço e busto. Mexendo nela, ele acabou fazendo o robe se abrir: O corpo parecia ter sido espancado e esfaqueado lenta e dolorosamente. Aquilo doeu no coração de Mark, ele estava em choque;
Afinal, ele só tinha 15 anos! nunca tinha visto nada parecido!

Mark se sentiu fraco e se apoiou no chão. Seus olhos estavam arregalados e sua boca, aberta. Ele ofegava lentamente e não acreditava no que tinha visto. De repente, lágrimas de sangue derramaram-se no chão e sentiu uma presença sobrenatural logo atrás dele. Levantou-se rapidamente, deu meia volta e viu o que mais temia: o espírito da garota!

A reação imediata que Mark pôde ter foi gritar muito, muito alto. Não acreditava no que estava vendo: o espirito flutuava , tinha os cabelos pra cima e tinha a aparencia exata do corpo da menina morta... inclusive os ferimentos e hematomas. Era extremamente assustador, ele estava em choque. Mark andava pra trás lentamente, passo por passo...

O espírito olhou com cara de raiva pra ele e se aproximava rapidamente. Ele corria pelo saguão principal da imensa casa, tentando fugir da ameaça assustadora; entrou na cozinha e, mesmo sem esperanças que aquilo funcionasse, trancou a porta de todas as formas possíveis, até colocando uma cadeira na maçaneta, que não aguentaria muito também.

Ele jogou a mochila que estava carregando com o material escolar no chão, ajoelhou-se e começou a vomitar sangue, muito sangue. Sua pele estava pálida e as veias começavam a ficar visíveis pelo seu corpo todo. Estava cada vez mais fraco, aquele espirito o fazia estar fraco... desde o primeiro encontro ele percebeu isso.

Mark se arrependeu profundamente de tentar se aproximar mais e mais dessa maldita casa, apenas por uma oportunidade de achar uma garota... essa era a maldita futilidade em que ele se baseava pra entrar nisso tudo...

Abriu a mochila, pegou uma folha de caderno e um lápis e começou a escrever rapidamente
algumas palavras distintas nessa folha. Mark ouviu o grito do espírito quando percebeu que ele estava na cozinha, tentando se esconder dela, e começou a escrever mais rapido ainda. É, ele sabia que o fim estava próximo, o fim daquele ciclo vicioso que todos chamavam de vida.

O espírito entrou na cozinha, atravessando a porta e observando o lugar tentando localizar Mark, que já estava escondido dentro de um armário qualquer continuando à escrever. Ele já estava ficando suado e chorando baixinho, pois já sabia que morreria naquela dia e naquela hora. E enfim o espírito pressentiu a presença de Mark no devido armário, e abriu lentamente.

Mark se apavorou e soltou o lápis e a folha. O espírito o puxou pra fora do armário com força, fazendo o bater na parede e descer deslizando. Se aproximou de Mark, que mesmo quase sem fôlego pra mais nada, falou o seguinte:

- Qu-... o que é você?

E então a menina sorriu de modo bizarro e disse:

- Haha... ANA HELENA!

Nesse momento, ela apertou o pescoço dele com tamanha força que o incapacibilitava de respirar
adequadamente. Nesse momento, Mark permanecia de olhos arregalados, olhando pra aquela criatura assustadora que o matava lentamente, alimentando o desejo homicida não era satisfeito há muito tempo... aquela pobre alma dependia disso...

Mark olhou pra esquerda, olhou pra direita e teve uma idéia: com seu último suspiro, alcançou uma grande faca que tinha caido no chão e, com o todo o arrependimento e rancor possíveis, se empalou no peito. Era o fim do garoto Mark.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Ana Helena - Ato 4

Ele se arrastou pro outro lado da rua tentando ficar de pé e virou de costas pra casa, ouviu um tipo de risada da garota e mesmo de costas, percebeu um clarão na casa; Olhou pra trás e viu que a garota tinha sumido. Mark estava tão nervoso que se apoiou na parede e acabou vomitando no chão... tinham pequenas manchas de sangue no vômito.

Apesar dele lembrar de cada detalhe da fisionomia da garota e cada detalhe desse "encontro", isso tudo durou apenas cerca de 90 segundos... foi inesquecível pra ele. Oque seria aquela garota? porque ela sorria pra ele? E o clarão? Que coisa! De fato ele se interessou.

Foi pra casa, entrou sem falar com ninguém e entrou direto no quarto. Pegou o "diário" e escreveu cada acontecimento daquele encontro com muitos detalhes, preenchendo quase 5 páginas inteiras. Tomou um banho e veio a se adormecer. Com dificuldade, porém conseguiu.

Mark parou um segundo pra pensar em um detalhe antes de dormir: ele tinha sofrido fisicamente nos dois "encontros" com a tal menina, ou oque quer que ela seja... Porque? A mente dele estava repleta de porquês e nenhuma resposta... mas ele queria mais e mais! De fato sentiu uma fixação pela garota, ainda mais pelo fato de ela olhar pra ele ternamente... Assustador, não?

Sendo assim, Mark sempre olhava pra casa... admirava e sempre tentava se aproximar mais e mais da garota. Ele acabara esquecendo um pouco de sua vida e de seus afazeres... seus amigos, seus interesses. Todo o tempo agora era dedicado pra tal casa. Passava o dia escrevendo e desenhando memórias dos encontros que Mark vinha tendo. E isso se prolongou por dias, meses... Mal sabia que esse era um caminho sem volta. Tão ingenuo.

Estava Mark apaixonado? ou apenas... curioso? Queria resolver essa situação de uma vez por todas. Ele tinha criado um certo sentimento obcessivo pela garota de modo que nada mais importava na vida dele... abandonou suas necessidades, seus estudos, seu rendimento só tendia a baixar e estava tendo problemas com seus familiares.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Ana Helena - Ato 3

Anoiteceu.

Ele saiu de casa com um tipo de olhar decisivo nos olhos, olhar de sabia oque está fazendo. Infelizmente, Mark não tinha noção das consequencias que aquilo poderia trazer, a curiosidade se sobrepôs. Eram cerca de 20:15 e ele descia a rua pelo lado contrário da casa com medo, porém com uma pitada de ansiedade... essa sensação de "novo" o estimulava a continuar com aquilo tudo.


Enfim chegou à casa. Mark estava à cerca de 20 metros da cerca enferrujada que cobria a parte da frente da casa. Não passavam pessoas nas calçadas, não passavam carros no asfalto. Aquele momento parecia ser o mais adequado, o momento ideal de contato de Mark e oque-quer-que-aquilo-seja. Atravessou a rua lentamente, sempre observando cada detalhe da casa, que, cada vez mais perto parecia mais velha e rústica.

Quando Mark chegou à outra calçada, um carro passou muito rapidamente atrás dele, oque fez com que uma rajada de vento fizesse com que folhas caídas das árvores voassem para todos os lados. Tal coisa só deixava Mark mais e mais assustado, mas ele estava certo de que aquele era o momento certo e daquele dia não passaria.

Se aproximou mais da casa e quando estava prestes à abrir a cerca, avistou oque parecia ser uma garota jovem na janela de baixo; Mark se assustou e deu um passo pra trás rapidamente, de impulso e acabou tropeçando pra tras, caindo de bunda. A garota tinha pele branca, cabelos castanhos levemente avermelhados, tinha o rosto coberto por pequenas sardas e seus olhos eram totalmente pretos.

Mark estava em estado de choque pois a garota apareceu em um piscar de olhos ali, na frente dele. Ele olhava pra ela com os olhos arregalados, respiração pesada e coração acelerado. Já ela parecia calma, tinha até um tipo de sorriso em seus lábios, como se admirasse Mark achando graça.

Ana Helena - Ato 2

Manhã seguinte e ele andava em direção ao ponto de ônibus pra ir pra escola. Descia a silenciosa rua de sua casa com movimentos e pensamentos retardados, devido ao sono. Ao passar pela casa, tentou desviar os olhos da tal janela mas acabou entreolhando rapidamente. Enfim pegou o ônibus e foi em direção à escola.

Ele definitivamente não parava de pensar sobre o ocorrido na última noite. "Quem seria aquela 'pessoa'? Porque fiquei fraco ao observar isso? Porque aquela casa me cativou tanto?" É, de fato ele estava ancioso pelo próximo "contato" com aquela casa e com qualquer coisa que moraria ali. Mark queria mesmo é quebrar esse ciclo vicioso que todos chamam de vida.

Não conseguia pensar em nada além disso. Não prestava atenção nas aulas e nos amigos; ele tentou até contar pra uns amigos, mas claro, ninguém acreditou (Mark sempre foi o "estranho" de qualquer forma, coisas assim só aumentavam tal status)

E então chegou em casa e foi direto pro quarto, sem ao menos cumprimentar a mãe ou beber água. Pegou um caderno qualquer e foi anotando seus pensamentos e questionamentos sobre o ocorrido na última noite, usando-o como um tipo de diário.

Ele tentava localizar pelas janelas de seu apartamento a casa, porém para a infelicidade do garoto, certas árvores cobriam a visão de onde estaria a casa. Ele realmente estava obsecado.
Já estava de tarde e o sol estava à se por. O clima era nublado e a névoa impossibilitava Mark de ver muito detalhadamente sua rua de cima. Estava decidido: iria se aproximar da casa esta noite, independente de tudo e todos.

Ana Helena - Ato 1

Ele estava voltando do treino de futebol; Subindo a ladeira da casa dele ofegante, focado em chegar em casa e logo tomar um banho. A rua de Mark era bonita, tinham muitas árvores e casas com estilo clássico: típica rua do bairro da Tijuca - RJ. Enquanto subia, ele observava o lugar a fim de ter uma certa referencia pra achar a rua dele, já que morava há menos de 3 meses no lugar.

Estava quase chegando em casa, quando ele observou uma casa em especial: era uma casa bem grande, com um tipo de arquitetura gótica com detalhes minimamente definidos e pilares estilizados. As janelas eram todas grandes e largas, porém tinha uma que era menor e por contrário das outras, era simples. O quarto daquela janela parecia ser diferente.

Mark desacelerou o passo aos poucos e acabou parando, ele estava fascinado com tal casa... antiga, elegante, diferente e um tanto quanto... assustadora. Quando avistou a janela diferente, ficou se perguntando o porque daquilo enquanto observava detalhadamente.

Ele continuava observando a tal janela, mas em sua mente o pensamento fluia.

Mas uma coisa surpreendeu Mark e acabou interrompendo a linha de pensamento: um tipo de pessoa passou de um lado para o outro do quarto onde se localizava aquela janela, como em um piscar de olhos. Mas foi tão rapido que ele mal viu do que se tratava.

Logo após isso, Mark se sentiu estranho... enjoado... perdendo forças... seu corpo começou a se tornar gélido... acabou ajoelhando e cuspindo um pouco de sangue em sua própria mão. Estava ofegante, assustado; o medo preenchia seu corpo... não sabia oque tinha acontecido! Seus olhos estavam arregalados e ele se peguntava o porque disso tudo. Se levantou aos poucos e correu até sua casa.

Entrou, não falou com ninguém, tirou a roupa, tomou um banho e tentou dormir. Aquilo não saia de sua cabeça. Fora como um trauma... uma coisa que jamais imaginaria.

Ana Helena - Introdução.

Mark sempre foi um garoto um tanto quanto rebelde, nunca concordava com nada proposto na família, era como uma ovelha negra, apesar de ter apenas 15 anos... a real razão de ele ser assim é que nunca teve nenhuma relação com nenhuma garota. Na verdade, ele era bonito de mais até (as garotas sempre comentam dele!) porém era tímido, muito tímido... chegava até a ser de certa forma, anormal essa timidez.